Insuficiência Cardíaca e Arritmias – Uma Interação Perigosa

Insuficiência Cardíaca e Arritmias – Uma Interação Perigosa
2 Novembro 2015
Vitor Paulo Martins
Médico Cardiologista e Arritmologista
Diretor Clínico da Clinica do Coração Santarém
clinicadocoracao.santarem@facebook.com
São duas situações muitas vezes indissociáveis. Uma arritmia persistente pode levar a dilatação e disfunção cardíaca. Um coração doente e insuficiente tem elevada probabilidade de desencadear arritmias malignas.
As complicações mais frequentes de insuficiência cardíaca (IC) são a morte súbita e a falência da bomba cardíaca. No entanto, a nossa atitude permite transformar inevitabilidade de morrer de 100% ao fim de 5 anos para menos de 20%. Precisamos de ter um diagnóstico e de ter um tratamento. Este passa por medicamentos adequados mas também por implantação de pacemakers especiais e por implantação de cardioversores desfibrilhadores(CDI) que permitem salvar vidas.
Cerca de 80% dos doentes com insuficiência cardíaca têm arritmias ventriculares graves, que podem provocar morte súbita ou que podem agravar a própria insuficiência cardíaca, ou seja o cansaço e falta de ar diária. A taquicardia ventricular é a arritmia que mais provoca morte súbita na presença de IC.
A fibrilhação auricular, sendo a arritmia mais frequente na população geral e existente em 30% dos doentes com IC, duplica a mortalidade desta entidade. O seu tratamento é fundamental numa estratégia de controlo do ritmo ou da frequência diminuindo o risco de mortalidade e da incidência do acidente vascular cerebral. As bradiarritmias (coração lento por frequências cardíacas baixas ou bloqueio aurícula ventricular) poderão ser o evento terminal no doente com insuficiência cardíaca.
Efetivamente, a morte arrítmica (por arritmia) é responsável por 50% das mortes de IC.
A prevenção da morte súbita na insuficiência cardíaca passa pela terapêutica com fármacos, com inibidores da enzima de conversão da angiotensina, bloqueadores beta e inibidores da aldostenona.
No entanto a terapêutica com medicamentos não é suficiente na maioria dos casos. Na presença de insuficiência cardíaca grave, com má função sistólica ou arritmias ventriculares malignas documentadas, o desfibrilhador implantável (CDI) é o único meio de reduzir a morte súbita.
Mas temos ainda mais alternativas, para melhorar a qualidade de vida dos doentes em que o cansaço é a sua principal queixa. A terapêutica de ressincronização cardíaca, em que através da implantação de um pacemaker diferente, otimizamos a contração cardíaca, melhorando o débito cardíaco, aumentado a perfusão dos músculos, e de todos os órgãos, vamos contribuir para prolongar a sobrevida e a melhorar a qualidade de vida.
Deste modo o cardiologista tem um papel fundamental no diagnóstico de insuficiência cardíaca e das arritmias associadas, mas que não pode ser dissociado da implementação da terapêutica, que passa por medicamentos, mas também por dispositivos (pacemakers de ressincronização e Cardioversores desfibrilhadores).
Estes dispositivos electrónicos permitem ainda a vigilância clinica á distância dos doentes, pela presença de sensores e pela transmissão de informações, via internet, para o seu médico que assim poderá atuar rapidamente na presença de problemas.
Contate um médico cardiologista ou arritmologista se tiver um cansaço exagerado ou uma arritmia persistente. Lembre-se que a prevenção é a melhor arma num combate em que a morte espreita de um modo nem sempre perceptível.
Fonte: Mirante
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