Erros mais frequentes na medição da pressão arterial
Erros mais frequentes na medição da pressão arterial
1 Novembro 2015
Erro 1
A automedição da pressão com ambulatório (casa) é mais importante que a pressão arterial medida no consultório. O primeiro erro é a medição incorreta da pressão arterial. O paciente deverá estar sentado com o braço assente numa mesa e com os pés apoiados no chão. Não deverá ter ingerido café ou ter fumado nos 30 minutos anteriores. Deverá sempre realizar 2 medições e registar sempre a última. Se os valores forem muito dispares realizar uma 3ª medição e aceitar esta, Deverá ainda registar o valor para mostrar ao seu médico.
Erro 2
A realização de exames ambulatórios de medição da pressão arterial como o MAPA (Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial) ou mesmo a própria automedição da pressão arterial poderá impedir a administração de terapêuticas antihipertensivas em doentes que poderão ter a chamada hipertensão da Bata Branca mas que não serão verdadeiros hipertensos. São no entanto muito poucos os diagnosticados hipertensos que realizaram um MAPA.
Erro 3
A não realização de outros exames simples que nos levam á etiologia ou às complicações da hipertensão como o ECG, a determinação no sangue da ureia, da creatinina, do ionograma e ainda da microalbuminúria na urina. Se temos um factor de risco, temos que excluir outros, pelo que a determinação da glicemia e do perfil lipídico (colesterol, trigliceridos) é fundamental. Lembramos que para a determinação do perfil lipídico correto, o jejum deverá ser de 12 horas.
Erro 4
Outro erro será a não determinação dos scores de risco global (ver tabela anexa) da Sociedade Europeia de Cardiologia pelos médicos que consoante a idade e presença de outros de risco cardiovascular nos sugerem o tipo de tratamento.
Erro 5
O tratamento da hipertensão é não apenas farmacológico mas também deve compreender alterações no estilo de vida, como a adoção de uma alimentação mais equilibrada, mais pratica de exercício físico, cessação tabágica, redução de peso. Estas medidas são muitas esquecidas quando todos sabemos que reduzem o risco cardiovascular global.
Erro 6
O tratamento da hipertensão na maioria dos casos só se consegue associações fixas de fármacos, que aumentam a eficácia do tratamento e aderência. Também os medicamentos não são todos iguais, sabendo-se hoje que os diuréticos não estão indicados na primeira linha do tratamento mas apenas como coadjuvantes.
Erro 7
Enquanto nas dislipidemias, quanto mais baixo for o valor do colesterol menor o risco cardiovascular, na hipertensão arterial temos que tratar o mais cedo possível após o diagnóstico mas o valor alvo deve ser ajustado individualmente.
Erro 8
Os medicamentos antigos nem sempre são os melhores. Os novos medicamentos mesmo dentro do mesmo grupo farmacológico são mais eficazes e têm menos efeitos secundários. Os B-bloqueantes de nova geração são um exemplo desta realidade.
Erro 9
A idade avançada não é uma contraindicação para o tratamento da hipertensão. Se o doente tiver outras doenças associadas como a Diabetes, insuficiência renal ou insuficiência cardíaca temos que ser mais rigorosos e no controlo dos valores tensionais porque o beneficio do tratamento nestes doentes é muito superior aos que não têm estas patologias.
Erro 10
Os valores alvo a atingir são diferentes consoante as patologias existentes. Se na população geral o valor deverá ser < 140/90 mmHg, nos doentes diabéticos ou com insuficiência renal deverá < 130/80 mmHg. Nos doentes muito novos (< 30 anos de idade) pensar sempre numa causa reversível cujo, tratamento pode ser curativo. Para tal pode ser necessário algum avaliação clinica e alguns exames e isso não der ser esquecido.
Se evitarmos os 10 erros mais frequentes na pratica clínica podemos melhorar o prognóstico dos doentes, mas também o seu bem estar e qualidade de vida.
Consulte um cardiologista se suspeitar que tem hipertensão ou que não está bem controlado.
Lembre-se a hipertensão é maior causa de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em Portugal.
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